domingo, 29 de maio de 2011

Uma pitada destemperada

Quero você.
Quero seu cheiro.
Quero sua pele.
Quero seu beijo.
Quero sua língua.
Quero sua respiração.
Quero somente a gente.
[...]
Que silêncio arrasante.
Que ao menos algum instante diga a verdade:
Que não quer mais.
Que diga a verdade?
Verdade...
Amo demasiado os que a conseguem encarar,
sinto repulsa pelos covardes que dela querem escapar.
Peço o contrário: não a diga então.
Assim, destempero meu coração.

sábado, 28 de maio de 2011

"Pilotem suas próprias cabeças"

"Pilotem suas próprias cabeças", pois bem que concordo bem com isso.
Penso que quando você está introspectivo (com qualquer situação que o torne) ou contente - feliz ou triste, vivendo somente -, você ouve de todos os lados, mesmo sem pedir, o que as pessoas pensam, as que convivem lhe intervêm. Sem erro. A convivência permite tais atos, enfim, se aproximam e dividem suas percepções. Percepções é a palavra exata, exata!

Mesmo que siga firme em algo que pensa, você ouve, atento ou não, mas algumas palavras mais tarde voltam e ecoam, pensa daqui, pensa de lá, dependendo do que for até agrega ao seu pensar, caso contrário descarta. Descarta? Ou confunde? Bom... esse é o ponto. O que fazer com aquelas palavras que ecoam? O que se deve pensar primeiro é que quando uma percepção de terceiros lhe chega - pedindo ou não - você deve cogitar que é uma percepção de como a pessoa lhe vê, do que ela acha de fora, da bagagem que carrega nas costas - independente da idade física -, do que ela pode sentir e do momento que ela própria está passando.

É óbvio que essas situações são imprescindíveis no viver, pois de que maneira as ideias iriam se renovar, aprimorar, se transformar? Mas nunca se esqueça que você, mais do que ninguém, sabe exatamente o que está passando com você por dentro, no íntimo, no ínfimo, mesmo que não consiga expor o que é, o que acontece, a maneira que é, mesmo que tente, fale, escreva, converse horas com algum amigo e não se chegue a ponto nenhum de conclusão, é você quem sabe do seu interior.

Por isso, viva, viva com sínteses, antíteses, teses... dialéticas de pensamentos e percepções, mas siga o que sente, o que lhe faz bem, o que quiser, o que o coração disser e bater mais forte, sem reprimendas, nem tuas, nem muito menos de terceiros. Por você: cegue no seu caminho e segue, seu alma te guia.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nem chocolate resolve

Tem dia que é assim.
Você acorda, levanta, cai na cama de novo, dá uma espreguiçada, segue amassada, meio mole ainda. Toma um café bem forte e amargo, pensa: "café amargo, desamarga minha alma", mas nada muda. Prossegue e segue: "preciso de algo para limpar a minha mente", lê um livro, escuta umas músicas, muda a cor da unha, circula do quarto para a sala, da sala para a varanda, volta para o quarto, silencia uns instantes... somente verbalmente, pois o pensamento não para. Entra no chuveiro, tantos cheiros, sabonete para isso, esfoliante que faz aquilo, óleo pós banho que talvez sei lá o que. Perfumada, mas não menos esbaforida, continua, usa o computador, pesquisa algo novo para o trabalho, separa coisas, sente um minutinho de ódio, almoça, entra no carro: "essa música vai otimizar", segue seu caminho, a música tão alta que nem se ouve alguma buzina ao redor, trabalha, interage, todos sentem seu peso, peso esse que não é feito esforço algum para ser negado. Na volta para a casa faz um caminho diferente: "que tal isso ajuda?", compra alguma coisa, chega, comprimenta com um "alow", não muito lá contente e se estende: "hoje vou é me embriagar de filmes", impulsividade ainda corrói, peito ainda dói, pensamento ainda acelera, alma ainda inquieta, surge uma ideia repleta: "chocolate!!" e... nem chocolate resolve.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Faz assim

Admirei! Reproduzo e implemento seu título: que seja assim!

"Faz assim, Não me deixa pensar Me toma de uma vez E me leva pra longe daqui Não pergunta se eu quero Não dá espaço pra dúvida A resposta está nos olhos Não nas palavras Faz assim, Não me deixa pensar O teu olhar é a segurança que eu preciso Não me deixa ponderar Sobre os outros e essas bobagens Não dá tempo pra que nada estrague tudo Não me deixa nem respirar Não espera o coração desacelerar Me acha esperta e me faz feliz Sorri pro meu sorriso E deixa que o mundo pare Enquanto o teu abraço me faz flutuar"

http://eutimiaasavessas.blogspot.com/2011/05/faz-assim.html

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ele e Ela

Ele quis.
Ela também.
Ele sentiu... (?)... (pareceu).
Ele sentiu e se afastou.
Ela duvidou.
Ele quis, quando distante.
Ela quis perto e distante.
Ela sentiu e disse.
Ele abalou, ressabiou, duvidou,
questionou, acreditou (?)...
Ela se entregou (mais uma vez),
quis, pensou, sonhou (diariamente)...
Ele chegou, aproximou, sentiu...
Ela amou.
Ele receou.
Ela quis mais.
Ele se retirou.
--'
Ela amargou, murchou, mau humorou.
Ele se calou, silenciou.
Ela se doeu, questinou.
Ele desvirtuou o momento, desconsiderou o sentimento.
Silêncio calou a voz do que sempre otimizou.
Assim, emoções se perdem.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O senso do consenso do comum

Penso, repenso e cá estou agoniada, inquieta, incompleta....
e mais uma vez, de tantas vezes, entrego meus pensamentos,
que saem da ponta da lapiseira, para o papel branco com suas linhas azuis...
e cá estou...

Sem nunca conseguir ir direto ao ponto...
metáforas abraçam minhas ideias.

Pergunto: é assim que deve ser?
Me encontro num sentimento convincente a mim mesma,
claramente consigo enxergar o brilho de conseguir sentir,
e o que ouço é "mantenha o pé no chão"...
com os pés no chão, minha cabeça vai a qualquer lugar,
me peça, então, para ficar de pernas para o ar...
assim me fico com a cabeça no chão, concretamente,
(cabeça no chão, no concreto) isso faz mais sentido.

E qual o sentido disso tudo?
Qual o real objetivo?
Qual a finalidade?
A sensação é comum?
Qual o lado de cada um?

Não quero que tudo seja em vão;
como, também, não quero sentir
o desdém como que o que se passa não convém.
Não nos convêm?

Abro meu coração e o sigo,
sinto sua alma e persisto,
invisto naquilo
que possa tomar forma e ser visto.

Sob a perspectiva do que cada um pode ver e ser,
entendo que cada qual no seu tempo chegará ao bom senso
de um consenso comum,
seja qual for,
mas que seja!
Vou vivendo nas reticências da vida,
não como ideia vaga,
mas com expectativas amplas e ligadas
ao bemquererbem que me envolvem nisso tudo.