domingo, 29 de novembro de 2009

Gosto do momento em que estou na rua e quase perto de mim vejo a chuva chegando,
lá na frente de um jeito, onde estou de outro,
dois momentos num instante só,
esse breve instante que precede a chuvarada na minha cabeça é mágico,
sinto uma sensação gostosa por conta da mudança brusca que tudo tomará em segundos,
parece uma divisão perfeita de dois ambientes, uma divisão imaginária perfeita, fico ali aproveintando esse pequeno instante,
instante de segundos mágicos até que a chuva chegue...
segundos perfeitos de uma transformação brusca.

Quero para mim...



é um querer sem fim.


sábado, 21 de novembro de 2009

Embriaguem-se

"É preciso estar sempre embriagado.
Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.


Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão:
'É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso'.
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher."


- Charles Baudelaire -

Aparências

As pessoas pensam que são, mas aos olhos dos outros nada são.
Algumas sabem como são e conseguem transparecer o que são. Pensam, dizem e fazem o que são, tudo condiz.
Outras tantas dizem que algo são e de fato não são do jeito que dizem que são.
Pura fachada!
Interpretam, disfarçam com tamanha veemência que por um bom tempo conseguem manter o que imaginam ser ou gostariam de ser, por horas até acreditam em sua fantasias, porém... e quando a cortina cai? Quando a casca trinca? O que fazer?
Quanta perdição! Além da desilusão que devasta todos ao redor, ter que encarar a si mesmo! Ter que se aceitar, fugir do lugar?

O disfarce da auto-estima, sorrir chorando por dentro, cantar sem ter voz, o sabor sem gosto, grandes oscilações aos ápices! Pessoas hiper felizes, hiper contentes, hiper interativas, hiper... hiper... hiper... tantas emoções que não se cabem e o mais importante, é claro, é que todos saibam e fiquem com os cotovelos doloridos ao saberem. A felicidade no fracasso do outro, a tristeza na felicidade do outro.
Viver assim numa ilusão de seres, de fazeres, é mais fácil? Menos sofrido? Talvez... quem sabe? Quem sabe mesmo é a consciência quando se encontra com o travesseiro.

A busca desenfreada e desesperada por sensações e emoções instantâneas, o disfarce da satisfação, as relações e acontecimentos superficiais... superficialidade em demasia, a maquiagem do vazio, tudo se faz atropelado, pulam etapas e perdem a delícia de se conhecer aos poucos e cada vez mais, a evolução gradativa e, assim, cada vez mais profunda. É quase que impossível, dessa maneira, não sentir aquela agonia, o aperto no peito da solidão na multidão, de não saber se dar bem consigo mesmo. Vive-se só, cada vez mais só.

domingo, 15 de novembro de 2009

Ato reflexo

Consideração, respeito, sinceridade. Três coisas que são primordiais para qualquer relação que temos com as pessoas do nosso convívio e não são coisas distintas, uma está impregnada na outra. Pessoas que nos fazem sentir bem, com energias positivas, que não tem sugam, aquelas pessoas que quando conversamos nos faz sentir contentes, leves.

Já fui muito de tolerar e seguir levando relações onde me consumiam a energia vital do dia e quando paro e penso... calculo quanto tudo foi em vão, só não posso dizer que não valeu a pena, pois tudo serve sempre para aprender. Por tantas vezes consideramos, nos preocupamos com pessoas que nem cogitam o seu pensamento nelas, na real de fato não mereciam sequer um segundo de pensamento. Se não consideraram, se não respeitaram, talvez não o façam nunca, porém existe a possibilidade de a pessoa mudar, pois que sentido teria a evolução? Só friso que tem pessoas que não evoluem (é fato). Por isso, não podemos confundir e nos deixar ser tomados pela compaixão e nos sentirmos mal em simplesmente "pausar" esse tipo de pessoa em nossas vidas.

Caso você precise chegar em alguém e pedir para que ela te respeite... me ouça... esqueça... se uma pessoa te respeita de fato, nunca você precisará pedir algo similar.
Existem pessoas tão boas que você se sente bem somente com o olhar delas, com um simples sorriso a energia já emana, só com atos simples assim, você sente a cumplicidade, o companheirismo, é uma motivação extrínsica gratuita!!! Como isso faz bem... essas pessoas... renovam, revigoram o dia a dia e fazem com que também sejamos assim, fazem o bem sem perceber o bem que estão fazendo.
É inevitável e impossível alguém lhe sorrir e você não retribuir o sorriso sem ao menos pensar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Formas

As pessoas surgem em nossas vidas como papéis em branco, conforme o tempo passa vão pintando, desenhando, delineando suas próprias formas. Então, só com o tempo temos o desenho, não podemos desenhá-las e sim deixar que se desenhem.