sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Do querer mais que bem querer.

Insegurança, medo, receio.
A dor que pode existir,
devaneios tortos.

Antecipa-se.
Melhor fazer antes "que".
Imediatiza-se.

Pensamentos momentâneos.
Palavras saem sem querer,
duvidosas.

Ao se recolher,
permite-se verter para dentro,
um pensamento profundo do eu,
do nós.

Corrói, destrói, dilacera.
A voz enverga por vezes.
O pensamento desordena,
é assimétrico, desritmado,
sem linearidade.

A digestão é cruel,
é pura indigestão,
de sabor insosso.
O sofrer é visceral.

Distanciar-se para ver melhor.
A ausência se torna presente.
A saudade ínfima me dói.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Das [pequenas/ grandes] diferenças e seu convívio

Pequenas diferenças... grandes diferenças...
Tanto faz? Não tanto faz...
O que as faz e o tamanho que as faz
se compõe à maneira em que vemos,
compreendemos e as valoramos.
Tudo depende da perspectiva da visão, do ângulo,
a subjetividade nunca nos escapa enquanto seres humanos que somos.

Incostantes, sobrepujantes, alucinantes,
inquietos na alma,
conforme a maneira que se sabe ser,
cada um se sabe ser e se fazer do seu jeito.

Uns se interessam mais por isso, mais por aquilo
e disso tudo é que surge o interessante.
Do choque de duas coisas [opiniões] diferentes,
nasce uma terceira e nova, reformulada, mais simples,
mais bem pensada, mais clara.

Dialética pura, essa é nossa vida.
"Prefiro ser essa metamorfose ambulante"?
Opa! Com certeza e é o que me faz viva.
O que me difere me interessa, me instiga,
me faz raciocinar, renovar, sempre.

Talvez, ou por vezes, coloco muita cor em tudo,
muitos sonhos, uma pitada de "romantismo", muito idealismo.
Mas o que seria de nós reais sem nossos ideais?

De tudo que conheço e já convivi,
de todos os debates de variados temas dos quais participei,
das inúmeras opiniões e maneiras de pensar que já ouvi,
[garanto que isso é algo fixo em mim]
"pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Das contrariedades de se preocupar e não se deixar influenciar.

Posso dizer que um "cadinho" de egoísmo não faz mal a ninguém,
egoísmo parece ser uma palavra forte,
mas a real é pensar mais em si, no seu bem estar.
Concentrar-se em si mesmo.

Não digo que não devemos nos preocupar com os alheios,
atitudes alteras nos fazem bem,
o negócio é conseguir abstrair,
não consumir a energia densa que do outro provém.

Devemos nos permitir consumir,
da beleza de ter realizado um ato nobre,
da beleza de ver alguém realizar um ato nobre,
a leveza que isso tudo tem.
Filtrar as sensações e emoções.

Sentir a brisa com gosto e sua suavidade.
"- O que é brisa?
- Brisa é um ventinho leve...
- Ela só vem do mar?

- Não... ela vem do mar, da rua, do campo, de qualquer canto..."

Consuma-se dos prazeres,
das nobrezas, das benevolências,
das alteridades,
das hombirades,
das brisas e
dos singelos sorrisos.
"Leve com você só o que for bom!"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Das [breves] regras de convivência à boa educação [de fato]

Quão capacitada é uma pessoa para falar da educação (boa ou não) de outra?

O que consigo perceber é que as mais inaptas são as que mais se sentem
a vontade para realizar tal análise,
nem percebem que sua fala e seu comportamento destoam, divergem,
como se cada um tivesse de um lado oposto do planeta,
mas mesmo assim, ao invés de se analisarem e terem atitudes mais bem educadas,
preferem julgar, medir, a educação do outro.

A pessoa "garante" sua boa educação por saber usar as regras de convivência,
"como assim você nem pergunta se tá tudo bem? Que falta de educação...",
"é uma pessoa muito educada, né? Você viu como ele cumprimenta os outros?",
mas isso garante a boa educação???

A boa educação abrange mesmo o comportamento por inteiro,
a hombridade que a pessoa se dignifica a ter,
a consideração e respeito que ela tem por outra.

Para mim de nada adianta a pessoa ter toda uma cordialidade momentânea,
quando, por sua vez no seus atos do dia a dia a mediocridade e hipocrisia consome,
mantem comentários e comportamentos sem escrúpulos e preconceituosos,
não conseguem ser sinceros, não abrem os corações,
não se permitem que alcancem suas almas
e não alcançam as almas de ninguém.
Cadê a boa educação?

Tem dificuldade em encarar a realidade tal como ela é
e perceber que ninguém é nem mais,
nem menos que nada, nem ninguém
ou qualquer um.

Fica a dica para uma vida mais amena, leve e prazerosa,
se por acaso a única coisa que conseguem realizar
são as breves regras de convivência, por favor,
não se satisfaçam somente com isso,
peço-lhes: vão além!
Consideração, respeito e altruísmo [praticando mesmo!]
enobrecem a alma e fazem muito bem.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Simples!

É simples e fácil viver,
se satisfaçam com o que é de vocês,
sintam orgulho do que conseguirem fazer,
não pensem que "a grama do vizinho é mais verde",
"tudo é uma questão de manter a mente aberta,
a espinha ereta e o coração tranquilo".



"O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho
Só pensa em quanto deve ser o seu salário
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou no chão

Na hora do almoço vai pra lanchonete
Tomar seu copo d'água e comer um croquete
Enquanto imagina aquele restaurante
Aonde os outros devem estar nesse instante

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

Depois você caminha até a academia
Sem automóvel e também sem companhia
Queria ter o corpo um pouco mais sarado
Como aquele rapaz que malha do seu lado

E se envergonha de sua própria namorada
Achando que os amigos vão fazer piada
Queria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista

E quando chega em casa liga a tevê
Vê tanta gente mais feliz do que você
Apaga a luz na cama e antes de dormir
Fica pensando o que fazer pra conseguir"

Invejoso - Arnaldo Antunes

domingo, 2 de janeiro de 2011

Amar só por amar

Amar... ser amado...
Quanto você está disposto a se entregar?
A entrega benévola,
sem espera de ganhos,
mas que inevitavelmente
e prazerosamente,
ganha-se muita mais!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Radiar

*


Aos que não desejam nada aquém,
somente o bem,
o bem querer e muito mais além,
vamos brilhar.

Muito brilho para todos sempre!

*