sábado, 20 de fevereiro de 2010

Inquietude

Quantas vezes mais vou repetir os tropeços,
sempre os mesmos tropeços,
me deixar levar por algo que não passa perto de ser verdadeiro.

Me deixar iludir, me enganar, sonhar
achando que tudo pode de repente revirar
e no fim segue seu rumo sem reviravolta alguma.

O ciclo eterno do erro e da auto-sabotagem sem fim.

Aquele sentimento de repulsa por si mesmo,
aquela ânsia da azia na alma,
o aperto no peito.

O peso do pensamento,
oscilações tempestuosas,
a estagnação do comportamento.

Desequilíbrio constante,
energia emanada em vão,
palavras ditas ao ar.

É tudo uma questão de postura,
mas como mudar essa postura
tão impregnada nessa essência desassossegada,
dessa inquietude toda?


Pensando... analisando...
o peso na vida é sempre bem vindo,
pois viver somente com a leveza
não teria graça alguma,
nenhuma emoção,
mas digo que sinto muito a vontade
da presença da constância,
da plenitude todo dia,
do peito inflado de alegria,
do afeto em demasia,
da convergência de energia.

Sem medos,
sem receios,
que seguem
com dores por desleixo,
conturbações,
noites mal dormidas,
reflexões tortuosas,
endurecimento da feição,
enrouquecimento da voz,
empedramento do coração.

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