sábado, 21 de novembro de 2009

Aparências

As pessoas pensam que são, mas aos olhos dos outros nada são.
Algumas sabem como são e conseguem transparecer o que são. Pensam, dizem e fazem o que são, tudo condiz.
Outras tantas dizem que algo são e de fato não são do jeito que dizem que são.
Pura fachada!
Interpretam, disfarçam com tamanha veemência que por um bom tempo conseguem manter o que imaginam ser ou gostariam de ser, por horas até acreditam em sua fantasias, porém... e quando a cortina cai? Quando a casca trinca? O que fazer?
Quanta perdição! Além da desilusão que devasta todos ao redor, ter que encarar a si mesmo! Ter que se aceitar, fugir do lugar?

O disfarce da auto-estima, sorrir chorando por dentro, cantar sem ter voz, o sabor sem gosto, grandes oscilações aos ápices! Pessoas hiper felizes, hiper contentes, hiper interativas, hiper... hiper... hiper... tantas emoções que não se cabem e o mais importante, é claro, é que todos saibam e fiquem com os cotovelos doloridos ao saberem. A felicidade no fracasso do outro, a tristeza na felicidade do outro.
Viver assim numa ilusão de seres, de fazeres, é mais fácil? Menos sofrido? Talvez... quem sabe? Quem sabe mesmo é a consciência quando se encontra com o travesseiro.

A busca desenfreada e desesperada por sensações e emoções instantâneas, o disfarce da satisfação, as relações e acontecimentos superficiais... superficialidade em demasia, a maquiagem do vazio, tudo se faz atropelado, pulam etapas e perdem a delícia de se conhecer aos poucos e cada vez mais, a evolução gradativa e, assim, cada vez mais profunda. É quase que impossível, dessa maneira, não sentir aquela agonia, o aperto no peito da solidão na multidão, de não saber se dar bem consigo mesmo. Vive-se só, cada vez mais só.

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