As camadas do amor.
As relações como quão são.
Inteiras, profundas, complexas.
Tão doce como a cobertura do bolo, há partes que dão todo o sabor (ou dissabor).
Quer somente a parte boa?
A parte doce, úmida, firme, crocante... há tantas e tantas coberturas e camadas.
O bolo com seus diversos ingredientes que formam, a depender da temperatura do forno, a massa, fofa, macia, embatumada, por vezes com seu fundo tostado.
No bolo, sim, dá pra comer somente a cobertura, assim como faço numa vida toda, mesmo que a massa tenha saído do forno com sucesso.
E na nossa vida, nas nossas relações?
Impossível, mesmo que alguns queiram por aí.
Passam uma vida só comendo coberturas, não sentem nem o sabor, nem o dissabor de ter o bolo todo.
Eu digo convicta: eu quero o bolo todo da vida.
Todas as camadas de uma só vez. A base, a massa, quiçá um recheio e toda a cobertura.
Me nego, por mesmo que sofra, que doa, me nego a comer só a cobertura.
A realidade nua e crua é deliciosa e onerosa.
Ninguém sente alegrias e felicidades todos os dias.
Ninguém tem humor brilhoso e auto estima reluzente todos os dias.
E junto de alguém que você ama é certeiro. Nem todos os dias serão à plena felicidade. Até porque se reconhece a felicidade quando você conhece a tristeza, pode ser numa ordem inversa, mas é assim que funciona, assim como não existe o bem sem o mal.
E, não há um amor real, maciço e conciso sem que haja asperezas, só quando existe o amor, ele vive na alegria e na dor, só quem ama de verdade entende que ultrapassamos barreiras que acreditávamos que nunca ultrapassaríamos, mantemos a fidelidade ao sentimento, mesmo que a ausência esteja presente.
Com o amor, comemos o bolo até sem a cobertura, massudo, embatumado, porque sabemos que somente a cobertura é mera ilusão.
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